sábado, 27 de novembro de 2010

FISIOTERAPIA





O QUE É FISIOTERAPIA?

 



É uma ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o movimento humano, em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar, manter, desenvolver mou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função. (Resolução COFFITO - 80, em 21/05/1987)
 
Para alcançar os fins e objetivos propostos, utiliza recursos físicos e naturais, de ação isolada ou conjunta em eletroterapia, crioterapia, termoterapia, hidroterapia, fototerapia, mecanoterapia e cinesioterapia.

 


REFERÊNCIAS




É o profissional da área de Saúde, a quem compete executar métodos e técnicas fisioterápicas, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente (Decreto Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969).
Sem dúvida nenhuma, a Fisioterapia, ocupa hoje um lugar de destaque entre as inúmeras profissões da área de saúde. Poucas tiveram um desenvolvimento tão rápido e significativo nos últimos dez anos.





 






A Fisioterapia ganhou espaço em empresas privadas, associações esportivas, centros de saúde, clínicas particulares, e principalmente em hospitais, onde o fisioterapeuta mantinha-se timidamente circuncrito a situações bem menos complexas do que as atualmente desenvolvidas. Passou a ser reconhecido em sua relevância profissional, tornando-se presença obrigatória no atendimento hospitalar, de todas as especialidades clínicas e cirúrgicas, além dos serviços de urgência e de terapia intensiva, minimizando, sobremaneira, as complicações decorrentes dos longos períodos de internação.




 









A Fisioterapia, hoje, vem se aprimorando paulatinamente, de forma a desenvolver, a cada dia, novos métodos de tratamento, o que tem levado seus profissionais a buscar uma melhor qualificação de seu trabalho e maior participação no ensino e pesquisa.
Na antigüidade , período compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C. havia uma forte preocupação com as pessoas que apresentavam as chamadas "diferenças incomodas"; este termo era então utilizado para abranger o que na época era considerado de "doença". Havia uma preocupação em eliminar essas "diferenças incomodas "através de recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos. Os agentes físicos já eram utilizados para reduzir essas "diferenças".




 









Os médicos na antigüidade conheciam os agentes físicos e os empregavam em terapia. Já utilizavam a eletroterapia sob forma de choques com um peixe elétrico no tratamento de certas doenças. O hábito de utilizar as formas de movimento como recurso terapêutico remonta há vários séculos antes da era cristã.




 






Nessa época acreditava-se que o uso da ginástica estava unicamente nas mãos dos sacerdotes e que era empregada somente com fins terapêuticos, ou seja, os movimentos do corpo humano, quando estudados, racionalizados e planejados eram utilizados no tratamento de disfunções orgânicas já instaladas.








No ano de 2698 ª C. o imperador chinês Hoong-Ti criou um tipo de ginástica curativa que continha exercícios respiratórios e exercícios para evitar a obstrução de órgãos (Lindeman, 1970, p. 177).









Na medicina Trácia e Grega a terapia pelo movimento constituía uma parte do tratamento médico. Galeno (130 a 199 d.C.) consegui através de uma ginástica planificada do tronco e dos pulmões corrigir o tórax deformado de um rapaz até chegar á condições normais (LINDMAN, 1970, p.178). O que se pretendia era basicamente curar os indivíduos que fossem portadores de alguma doença ou deformidade.




 






Na idade média as "diferenças incomodas "eram consideradas como algo a ser exorcizado. Foi um período onde ocorreu uma interrupção dos estudos na área da saúde.








A interrupção desses estudos parece ter tido dois aspectos principais: o corpo humano foi considerado como algo inferior e as camadas superiores da nobreza e do clero começaram a despertar o interesse pôr uma atividade física dirigida para um objetivo determinado que era o aumento da potência física.









As ordens eclesiásticas eram inimigas do corpo. Os hospitais da idade média tinham caráter eclesiásticos , localizavam-se junto aos mosteiros e suas salas de enfermos estavam ao lado das capelas, havendo inclusive altares na sala dos enfermos, não havendo local apropriado para a realização de exercícios (Lindeman, 1970, P.178).




 






No Renascimento volta a aparecer alguma preocupação com o corpo saudável. O humanismo e as artes desenvolveram-se e permitiram, paralelamente a retomada dos estudos relativos aos cuidados com o corpo e o culto ao "físico". Mercurialis apresentou princípios definidos para a ginástica médica que compreendiam: 1-) exercícios para conservar um estado saudável já existente; 2-) regularidade no exercício; 3-) exercícios para indivíduos enfermos cujo estado pode exacerbar-se; 4-) exercícios individuais especiais para convalescentes; 5-) exercícios para pessoas com ocupações sedentárias. (Wheller, 1971, p. 9).









Nessa época nota-se uma preocupação com o tratamento e os cuidados com o organismo lesado e também com a manutenção das condições normais já existentes em organismos sãos. No final do renascimento o interesse pela saúde corporal começa a especializar-se.




 






Na fase de transição entre o renascimento e a fase de industrialização o uso de recursos físicos passa a ter influencia no mundo ocidental. Don Francisco Y Ondeano Amorós (1779-1849) que não era médico, dividiu a ginástica em quatro pontos, e um deles era a cinesioterapia com a finalidade de manutenção de uma saúde forte, tratamento de enfermidades, reeducação de convalescentes e correção de deformidades (LINDEMAN, 1970, p.179).




 






"G. Stebbin e B. Mesendiac" vêem como finalidade de seu sistema de prevenção de lesões corporais e sua correção, (o sistema Mesendiac dá importância ao trabalho de sustentação muscular através da fisioterapia).









Ling, um professor sueco de ginástica e massagens corretivas teve seu trabalho divulgado através de discípulos como Rothstein, um oficial prussiano que utilizava exercícios preventivos e corretivos nos cuidados com o corpo, na Alemanha.




 









Na época da industrialização volta o interesse pelas "diferenças incomodas". O novo sistema maquinizado, otimizava a crescente produção industrial trouxe o excesso de trabalho, onde a população oprimida era submetida a exaustiva e excessivas jornadas de trabalho, as condições alimentares e sanitárias eram precárias provocando novas doenças como as epidemias de cólera, tuberculose pulmonar, alcoolismo, e os acidentes do trabalho.




 






Surge então a preocupação das classes dominantes para não perder ou diminuir a sua fonte de riqueza e bem estar gerados pela força de trabalho das classes baixas.




 






O exercício físico e as outras maneiras de atuar caracterizam a Fisioterapia no século XX. Klapp desenvolveu em sua técnica a posição de gato para o tratamento dos desvios laterais da coluna vertebral (escolioses) e Kohlransch (1920) situa a cinesioterapia sobre todos os métodos relaxadores e distensores e desenvolve o tratamento de enfermidades internas e ginecológicas.




 









Durante a guerra surgem as escolas de cinesioterapia, para tratar ou reabilitar os lesados, ou mutilados que necessitavam readquirir um mínimo de condições para retornar a uma atividade social integrada e produtiva.




 






A Fisioterapia passa a fazer parte da chamada "Área da saúde" e foi evoluindo no decorrer da história, teve seus recursos e formas de atuação quase que voltada exclusivamente para o atendimento do indivíduo doente, para reabilitar ou recuperar as boas condições que o organismo perdeu.




 






As formas de atuação da fisioterapia já evidenciam: Atuação terapêutica através do movimento (cinesioterapia); através da eletricidade (eletroterapia); através do calor (termoterapia), do frio (crioterapia), da massagem (massoterapia).




 






No Brasil, a utilização dos recursos físicos na assistência à saúde iniciou-se pôr volta de 1879, na época da industrialização , devido ao grande número de acidentados do trabalho, e seus objetivos eram voltados para a assistência curativa e reabilitadora.




 






Em 1929 o médico Dr. Waldo Rolim de Moraes, instalou o serviço de fisioterapia do Instituto Radium Arnaldo Vieira para atender aos pacientes da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Posteriormente organizou o serviço de fisioterapia dos Hospital das Clínicas de São Paulo.




 






Na década de 50 a incidência de poliomielite atingia índices alarmantes e como conseqüência o número de indivíduos portadores de seqüelas motoras e que necessitavam de uma reabilitação para a sociedade. O número de pessoas acometidas pêlos acidentes de trabalho no Brasil se apresentava como um dos maiores da América do Sul, e essa expressiva faixa populacional precisava ser reabilitada para reintegrar o sistema produtivo do país.




 






Em 195l surge no Brasil o primeiro curso para a formação de técnicos em fisioterapia. Em 1956 surgiu o primeiro curso com duração de dois anos para formar fisioterapeutas que atuassem na reabilitação (Sanchez, 1984, p.31).




 






Em 1969 a fisioterapia no Brasil foi regulamentada como profissão através do decreto-lei nº 938 de 13 de outubro de 1969.
1. Rebelato, JR, Batoné, SP. Fisioterapia no Brasil - perspectivas de evolução como campo profissional e como área de conhecimento. Editora Manole Ltda, São Paulo, 1987.

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